“SE UMA CÉLULA É HUMANA, ELA É SIMPLESMENTE HUMANA, E ISSO É ÓBVIO”
(Dr. Márcio)
“A CIÊNCIA MOSTRA QUE A VIDA SE DÁ A PARTIR DO MOMENTO DA FECUNDAÇÃO, NÃO A IGREJA.
E POR ISSO, INSISTIMOS NISSO, A IGREJA NÃO VAI CONTRA A CIÊNCIA.
ALIÁS, ELAS CAMINHAM JUNTAS”
(Padre Eduardo)
No quinto dia da
Semana da
Vida,
o tema escolhido foi Genética Humana. Iniciamos
com a apresentação do vídeo
“De que lado você está”
e, logo após,
convidamos ao palco o Padre Eduardo Peters, o biólogo Marcio Rojas e a jornalista Simone Sabino, que
mediou uma entrevista
com os participantes.
O primeiro tema abordado foi bioética. Durante
todo tempo, tanto o padre
quanto o
biólogo mostraram que concordavam com as opiniões emitidas. Ficou bem esclarecido que a ciência e a igreja não
caminham em sentidos diferentes, e que ambas trabalham para o bem da humanidade. Eles esclareceram que é
um equívoco pensar que a igreja e a ciência brigam, mas que ainda existem
algumas pessoas,
na comunidade cientifica,
que desconsideram a fé, esquecendo que um dos dons do Espírito Santo é a ciência,
e que a fé busca sua compreensão.
Para falar sobre fecundação e aborto,
foi apresentado um vídeo do Dr. Drauzio Varella sobre o tema.
Ao término,
tanto o padre quanto o
biólogo
se mostram totalmente contra a
opinião
de que, em doze semanas de gestação,
não está
estabelecido
um ser humano e que, por isso,
um aborto é licito.
Para
eles, a vida humana se dá no momento
da fecundação, simplesmente pelo fato de que uma célula humana já é humana,
metade da informação cromossômica vem do pai e
a
outra da mãe.
Naquele primeiro momento,
aquela célula representa um indivíduo em seu primeiro estágio de formação,
do momento da concepção até o final, se não houver intervenção, aquele
indivíduo vai se desenvolver, crescer e morrer. É o processo natural da
vida.
No terceiro tema abordado, Dr Márcio explicou,
basicamente, o conceito de engenharia genética,
como o melhoramento de características de um individuo utilizando de genes de um outro, que possua a característica
desejada, dando como exemplo prático um pé de tomate que dá bons frutos, mas não é resistente a um fungo específico,
e um outro tomateiro que é resistente a esse fungo mas dá frutos ruins. Pega-se,
então, o gene desse segundo,
resistente ao fungo, e utiliza no primeiro, criando uma geração de espécie que dá bons frutos e é resistente
ao fungo. Segundo ele, o mesmo princípio pode ser usado em seres vivos.
Para a igreja, no entanto,
melhoramento genético em humanos é caminhar para um futuro incerto, pois estaríamos deixando de acreditar em Deus para
nos tornamos deuses.
A igreja só interfere nas questões de clonagem e engenharia humana em geral,
porque enxerga um verdadeiro risco moral, no qual
o homem poderia se auto destruir.
Tivemos
também a oportunidade de ouvir o testemunho do casal Rogério e
Elisângela, que nos contaram que estão casados há 10 anos e,
somente agora, conseguiram conquistar o sonho de gerar
um filho. Nitidamente emocionado,
Rogério contou sua história:
“Casamos em 2002 e nunca conseguimos engravidar.
A Elisângela
tem alguns problemas de saúde e
achamos que ela
é
que não poderia ter filhos.
E o tempo foi passando sem que eles
viessem.
Mas nunca perdemos a
esperança.
Ano passado, mais ou menos em julho, recebi um diagnóstico de
Linfoma de
Hodkin, um tipo de câncer.
Pensei comigo
‘Agora acabou! Filhos
nunca mais!’. Porque,
a quimioterapia esteriliza.
Os médicos indicaram
congelarmos os espermas, mas
sabíamos
que não era essa a vontade de Deus. Em agosto,
começou a quimio e,
em outubro, aconteceu a vinda da Bete e Gianna Maria,
com a Relíquias da Santa,
para a Semana da
Vida 2012.
Tinha passado pelaquimioterapia,
naquela semana, e não
podia participar, porque
quem toma quimioterapia fica com a imunidade baixa e tem que ficar isolado,
o máximo possível. Então,
a Rosa, que é nossa amiga e membro da pastoral familiar,
levou a Relíquia para casa da minha mãe,
para eu poder venerar;
para pedirmos a Deus a minha cura, se fosse a Sua vontade;
e eu
especificamente
pedir para receber a graça de ser pai,
sem prejudicar a saúde da minha esposa.
A quimioterapia durou de agosto a fevereiro, sendo que,
em novembro,
tinha
programada uma tomografia para ver a evolução do tratamento e da
doença. Nessa tomografia, já não encontraram mais nada, mas o tratamento
continuou por ordem médica, terminando apenas em fevereiro deste ano.
Em maio,
acabava minha licença.
Estava muito cansado,
de todo tratamento,
e resolvemos viajar para Paraíba,
antes de retornar ao trabalho. Quando voltamos,
minha esposa começou sentir dores na pelve. Achamos
que era infecção urinaria e fomos ao médico,
que solicitou um exame de gravidez.
Quando recebemos o resultado
positivo, não conseguimos
nem acreditar, mas foi um milagre concedido por Deus,
com a intercessão de Santa Giana. Hoje,
ela está com cinco
meses de gestação,
aguardando a chegada do nosso tão sonhado filho,
e superbem de saúde”.
Após o testemunho, a jornalista questionou
dos participantes quais eram as alternativas
científicas
apontadas para casais que não podem ter filhos,
e qual a indicação que a igreja dá aos fiéis que passam por esse tipo de situação.
Prontamente,
Dr. Márcio disse que são oferecidas as clinicas de fertilização artificial, que cobram em média
R$ 15 mil para realizar o procedimento, que pode ser realizado
de maneira homóloga,
quando as
células
reprodutivas vem diretamente dos pais, ou heteróloga,
quando são
necessários
os doadores de esperma e/ou
óvulos, além das famosas barrigas
de aluguel.
Em cada tentativa,
são coletadas algumas células reprodutivas,
que são fecundadas em
laboratório (in vitro), sendo
que apenas alguns dos embriões são efetivamente implantados no
útero
materno, e os outros são congelados.
Sobre o assunto, o padre
Eduardo afirmou que os pais não podem ser
substituídos
no processo de gestação de um filho,
pois isso fere a lei da vida. É
deixar de acreditar na graça de Deus, entendendo que os filhos são um direito.
Os casais que têm dificuldades
de reprodução são convidados a procurar,
primeiramente, um padre para
se orientar e, logo depois,
um profissional de saúde católico,
que estará apto a orientar quais alternativas podem ser tomadas e,
no caso de constatada a
esterilidade,
eles podem optar por adotar filhos.
Devido ao avanço do horário, abriu-se
um espaço para perguntas do público, o Dr. Marcio e o Padre Eduardo foram questionados
em relação ao uso de células-trocos
para fins
terapêuticos. O biólogo explicou,
de maneira prática, que células-tronco
são células capazes de se desenvolver em qualquer órgão ou tecido do corpo;
que são encontradas
em embriões, na placenta, no cordão umbilical e,
em adultos, na medula
óssea. E que podem ser utilizadas
para tratamento de doenças. O
padre
salientou
que a igreja não é contra o uso de células-tronco
para fins de tratamento de doenças, até porque é a favor da vida.
O que não se pode fazer é matar um individuo no intuito de tratar outro, ou seja, o tratamento é autorizado
pela igreja, desde que
utilizando
células
do cordão umbilical ou da placenta, nunca
admitindo
o uso
de embriões.
Uma outra pergunta foi
sobre a
opinião
da ciência em relação aos milagres reconhecidos pela igreja.
Sobre isso,
foi explicado que um milagre só é aceito como real quando a ciência, depois de esgotadas todas as alternativas,
não consegue encontrar uma resposta para a questão.
Sendo assim,
não há como questionar.
Ao fim das perguntas Padre Cléber explicou brevemente o sentido das miniaturas de bebês de 12 semanas que foram distribuídas aos jovens durante a Jornada Mundial da Juventude desse ano e distribuiu ao público presente exemplares das mesmas.
Os participantes foram presenteados com troféus e o padre encerrou com a bênção.
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